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“Só Deus pode ser por nós”
Pensamentos fluem e fogem.
Sua mente limita-se ao ilimitado. O vôo dos pássaros é seu em um momento, o ir e vir das ondas lhe pertence e, como canção de ninar, o leva ao nada. A um nada que de tudo é formado... No silêncio da noite ele surge e na solidão do adeus ele permanece. Fica. Não se vá. Pede-lhe a vida. Mas que vida, sobrevida, é esta de morrer-se então? De não possuir nada e sonhar ser tudo. De não construir nada e sentir-se nulo. De não pertencer a si mesmo e de tornar-se uma presa, casta e vã de sonhos... Que caminha, arrasta-se e prostra-se fraca. Que se mostra e se mata, pois de ser assim já não se pode ser, pois de viver tal qual pretende, há de ruir-se e, em plenos pasmos, espasmos, consola-se e chora. Odeia-se e ama mais aos outros do que a si mesmo. Tenta consertar-se, mas na verdade, em um instante, desconserta-se. Qual confluência é esta que a atordoa, por que pretende ir além do que é seu. Há um muro que o separa do outro, então não queira fingir que não o enxerga e nem o vê. Acalme-se e lute a sua luta, deixa a do outro a ele pertencer. Dar forças sim, isso lhe cabe. Torcer e abraçar pode, mas ir mais à frente do caminho seu, isso não, isso não pode... Pode dar de si, sem dar a si. Pode desejar vitória, sem ela tenha que vir de você. Não tome o fardo alheio, tome apenas o seu. Sendo assim sente-se mal, egoísta e inútil? Pois saiba que assim que pode ser mais útil. Só Deus ser pode por todos e não você. A Ele leve as suas dores e as do outro, Mas lembre-se: limite-se a carregar só o fardo que é seu... Tetê Azevedo 1º/12/2001
Teresa Azevedo
Enviado por Teresa Azevedo em 08/02/2010
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