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Teresa Azevedo

Mulher menina prosa e verso

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Textos

Sobre o apelo de uma mãe para homenagear a amada filha!
Sobre o apelo de uma mãe para homenagear a amada filha!
(Paula faleceu em 19/06/2011, em um acidente na Rodovia SP 304, onde também morreu seu namorado Rodolfo).
Por Teresa Azevedo

Não conheço Elaine, não conheci Paula ou Rodolfo, tampouco sabia sobre o acidente até receber o e-mail de Aline Romariz sobre o desejo de uma mãe em prestar uma homenagem à sua filha. No e-mail, a mãe Elaine diz não ter dom de escrever coisas lindas a uma filha que era íntegra, correta, estudiosa e lindíssima, com seus 1,77 de altura, 65 quilos, cabelos longos, lisos e castanhos escuros. Ela pede que quem puder o faça.
Em primeiro lugar Elaine, preciso lhe dizer que só o desejo de seu coração, a grandeza de seu amor já a torna mais do que apta para que você mesma prepare a justa homenagem. Não se importe com as palavras, mas sim com os sentimentos, deixe-os fluir com a naturalidade e imensidão de seu amor. Sabe querida, tenho aprendido que o valor do que escrevemos não está em belas palavras, mas na sua autenticidade. Se algo brota de nosso coração, não pode ser contestado. Entendo que, como mãe amorosa que sente esta horrível dor pela perda de um filho, o que para nós pais é inconcebível, você quer mais do que o melhor para homenageá-la.
Lembro-me de ter conversado com a amiga e poeta Yvi Brasil, recém-falecida, que também perdeu um filho adolescente há alguns anos e disse a ela algo semelhante. Quando ela deixou fluir seus sentimentos e os colocou no papel para que, assim, pudéssemos conhece-los, ficamos extasiados com tamanha riqueza de amor materno.
De qualquer modo, compartilhando de sua dor como mãe que também sou e que compreende que sempre temos tanto a dizer aos nossos amados filhos, fico pensando como foi sua vida depois de tê-la perdido tão tragicamente, e imagino que você diria algo assim à Paula:

Minha amada filhinha Paula, quando você nasceu minha vida se encheu de alegria e resplendor. Ver aquele rostinho tão lindo, aquelas mãozinhas tão macias que apertavam meus dedos numa dependência e cumplicidade sem igual. Poder amamentá-la, cuidar de você a cada instante. Pentear seus cabelinhos, inventar truques para fazer da minha bebezinha a mais bonita das crianças. Colocar roupinhas rosa e cheias de laços e babadinhos para lhe dar encanto e delicadeza. Levá-la para passear, brincar de boneca com você, poder alimentá-la e acarinhar. Quantos presentes diários de amor  nós trocamos... Você foi crescendo e a cada dia me fazia mais feliz e admirada com sua candura, retidão, beleza e amabilidade. Não havia no mundo quem não a admirasse – eu, então, mais ainda. Não me cansava de olhar você, de elogiá-la.
Quando você e Rodolfo morreram naquele acidente, eu fiquei perdida, abalada, desesperada e inconformada. Mas, depois, pensei que se uma mãe tem que agradecer a Deus por ter sido tão agraciada pela filha que Ele lhe deu, esta mãe sou eu! Filha melhor não poderia ter existido – estudiosa, inteligente, gentil e tudo mais que se possa esperar de um filho. Deus que conhece todas as coisas a levou para junto Dele, eu fiquei aqui com uma dor tamanha, que só as lembranças maravilhosas que você deixou podem aplacar.
Amo você, minha filhinha, e sempre, sempre a amarei com todo meu coração e lembrança.
Sua mãe,
Elaine


Teresa Azevedo
Enviado por Teresa Azevedo em 12/01/2012
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