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Teresa Azevedo

Mulher menina prosa e verso

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Meu Diário
04/02/2010 01h08
Dia 3/2/2010
Hoje acordei cedo e comecei organizando coisas na minha casa. Depois minha agenda. Por volta das 14 h sai com meu filho e fomos tentar fazer um cadastro no postinho e almoçar. No restaurante onde almoçamos me deliciei com legumes coloridos, procuro fazer uma dieta com legumes de diversas cores, arroz, uma carne e uma fruta preferencialmente cítrica. Quando consigo colorir meu prato com os mais diversos sabores fico extasiada e grata a Deus.
No restaurante percebi que meu celular estava tocando pelo luminoso e comentei com ele a respeito, pois o mesmo estava para vibrar e tocar e não havia tocado. Meu filho pegou o celular para ver o que estava acontecendo e depois fomos para o ponto de ônibus.
O ônibus chegou, eu me despedi dele e acabei me esquecendo de pegar de volta o celular.
Ainda no ônibus quando me dei conta do fato fui tomada por uma raiva terrível. Deu-me uma vontade de ligar e brigar com ele. Não foi fácil me conter. E tive que usar de fortes argumentos como de que adiantaria aquilo, eu não iria precisar do celular, e, se por ventura precisasse usaria um telefone público, enfim. Levei um bom tempo para me conhecer de que aquela raiva era totalmente infundada e inútil. No momento que pensava a respeito lembre-me do comentário da Dra. Renata, minha psiquiatra, no dia anterior quando estive com ela. Disse que apesar de eu estar sem carbamazepina e estar bem. Por medida de segurança, uma vez que o paciente com transtorno bipolar pode ficar bem por tempo indeterminado mesmo sem a medicação. Tanto pode ser dias, meses ou até anos e que por esta razão o eu deveria voltar a utilizar o controlador de humor.
Depois consegui resolver de forma educada e tranqüila as coisas que tinha para resolver.
Fui visitar meu amigo escritor Fábio Renato Villela por quem tenho enorme apreço e consideração. Consideramos-nos irmãos tal nossa afinidade e fraternidade. Como sempre estar ao lado do meu grande amigo é sempre edificante, um contínuo aprendizado. Saí de lá feliz e tranqüila. A raiva já tinha ido embora desde os afazeres que antecederam minha visita e eu já tinha sido tomada por um sensação de tranqüilidade, de dever cumprido posto que tinha conseguido resolver coisas que estavam pendentes desde a última semana.
Na seqüência eu fui atrás de um curso técnico para meu filho e mais uma vez obtive sucesso, de forma que deixei um teste para ele agendado para amanhã. Isto era um assusto que estava me consumindo.
Ao retornar, senti-me muito cansada apesar de feliz com o êxito do dia.
De qualquer forma estou preocupada, pois amanhã devo buscar a medicação no postinho e sei que ficarei sonolenta com ela, mas fazer o que.
Apesar de hoje ter caminhado por montanhas rochosas, maré alta e forte, mar agitado, pude sentir o sol brilhando deliciosamente em mim. E mesmo nos momentos de ansiedade e desespero eu consegui me controlar e controle e equilíbrio são coisas com as quais quero viver o resto de minha vida.
Chega dos altos e baixo constantes, chega do descontrole, das depressões recidivas e dos surtos eufóricos.
Quero viver!

O fotoslide acima
foi montado pelo fotógrafo Roberto Mercury, meu irmão, assim como as fotos foram feitas por ele

Publicado por Teresa Azevedo em 04/02/2010 às 01h08
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