Olho para traz e me recordo de diversas lutas, todas trouxeram muito aprendizado e amadurecimento. Porém o que de fato vale a pena recordar é o amor, esse sentimento completo que colore e irriga a vida, não falo apenas do amor carnal, mas do fraternal e especialmente do amor à Deus.
Lembro-me de meu choro de criança quando algo me foi tomado por outra criança, mas o que fala mais alto é o aconchego do abraço maternal que veio ao meu encontro naquela hora.
Lembro-me de ter apanhado do meu pai por duas vezes, na hora tive raiva, mas sou sim grata àquele homem forte, meu herói, que por me amar tanto teve que  me corrigir quando precisei.
Lembro-me da briga com uma colega de ginásio, mas guardo no peito nosso gostoso abraço de reconciliação e o fato de percebermos como foram fúteis nossos motivos.
Lembro-me de ter visto meu primeiro namorado indo embora, mas guardo no peito a pureza e intensidade do primeiro amor.
Lembro-me que meus pés doeram quando usei meu primeiro salto, mas me recordo com prazer de me sentir elegante ao usá-lo.
Lembro do desespero para vencer o vestibular, mas da alegria de entrar para a Faculdade.
Lembro-me da correria e dificuldade financeira o casamento, mas guardo essa  e mágica lembrança que teve início em outubro de 1985.
Lembro-me das dores dos partos dos meus três filhos, mas guardo no coração a inigualável alegria de ser mãe e saber que aquela vida veio de mim.
Lembro-me de alguns sonhos que tive que adiar por anos, mas guardo no peito a força e o desejo de ainda realizar alguns deles ou a percepção de substitui-los por outros mais, hoje, aprazíveis.
Lembro-me que passei por dores físicas e emocionais, amei, sofri, chorei, mas aprendi a me perdoar quando algo que fiz machucou a mim ou a alguém e jamais desisti de ser uma pessoa melhor a cada dia, superar dores, mágoas e rancores.
Pode não ser fácil muitas vezes, mas com ele amor que colore e irriga a vida é totalmente possível.