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Teresa Azevedo

Mulher menina prosa e verso

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Textos

Eu nunca tive o hábito de ler, infelizmente
Eu nunca tive o hábito de ler, o que acho péssimo.
No tempo de escola eu sempre fui ótima aluna de português, literatura, história, de modo geral o conteúdo dos meus trabalhos eram ótimos e muitas vezes dignos de aplausos.
Contraditório não?
Sempre me apropriei da capacidade que tinha de escrever e de mecanismos de pura astúcia e isto digo sem qualquer vanglória, pois se tivesse unido tais capacidades intelectuais a leitura, ao esforço e responsabilidade eu teria sem dúvida, alcançado tantas coisas boas, quiçá notáveis.
Infelizmente para mim, sempre fui imediatista, precisava de resultados rápidos, queria abraçar o mundo com as mãos, de forma que tudo que fiz foi apressadamente.
Quando aprendi datilografia, muitos de vocês provavelmente nem sabem do que se trata (rs). Ao invés de usar os dedos na posição correta na máquina de datilografia eu utilizava os olhos e apenas dois três dedos de cada mão. Com o meu método incorreto eu obtive a princípio rapidez, mas ao fim meus colegas podiam ser rápidos e sem olhar e eu nem tanto.
Foi sempre assim ao longo da minha vida. Ignorando as regras, procurando sempre atalhos, ao invés de aceitar conselhos preferia experimentar.
Quando o professor pedia que lêssemos um livro, eu conseguia ir fundo com algumas olhadelas aqui e ali, lendo a sinopse, atentando aos dados principais da trama, protagonistas, muitas vezes imaginando-me na pele de cada um deles, isto através dos comentários feitos pelos colegas; Que sempre ficavam irados, pois liam tudo letra por letra e minha prova sempre era melhor que as deles. Assim também quando se tratava de trabalhos de História Geral, do Brasil, da Arte, Filosofia, Psicologia, Sociologia trabalhos  de modo geral.
Aquilo parecia ser vantajoso, mas bastou que eu amadurecesse para perceber o quanto perdi. O quanto cada atalho foi maléfico.
Hoje compreendo a importância da leitura, mas ainda tenho dificuldade de ler tanto quanto deveria. Além disso, já não possuo mais o dinamismo de antes, agora tudo é feito mesmo pelo esforço.
Maravilho-me sempre que me deparo com a cultura, tenho verdadeira admiração pelas pessoas que não desperdiçaram seu tempo com futilidades e se deixaram levar pelas ricas viagens às artes, ciências, literaturas. Quando convivo com elas flutuo em um monde de formas e cores tão magnífico. Sinto apenas que não as acompanho como queria e deveria.
Sou ótima fisionomista, mas tenho muita dificuldade de gravar nomes de pessoas, filmes, livros, enfim...
Recordo-me das coisas que li, assisti, ou presenciei, mas boa parte delas de forma incompleta, e como se faltasse um alicerce para que o conhecimento atual fosse fundido e se mantivesse claro em mim.
Tudo isto digo não apenas com pesar, pois dia após dia tento melhorar, aprimorar e utilizar as experências ruins não como mera frustração, ao contrário como exemplo, busca de melhoria contínua.
Então que aqueles que me lêem possam valorizar a leitura, o conhecimento, a paciência de forma que possam alimentar suas redes neurais com alimento saudável.
Meu desejo é que todos possam aprender com as experências alheias e não ter que viver coisas ruins para aprender.
Que sejam pacientes, prudentes, pois há caminhos que não tem volta. E muitas vezes para que um objetivo seja alcançado precisamos trilhar caminhos de pedras, mas ao fim teremos a recompensa, então para que buscar atalhos.
Teresa Azevedo
Enviado por Teresa Azevedo em 14/12/2009
Alterado em 14/12/2009
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