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É tempo de não bastar.
É tempo de não bastar.
O excelente tornou-se vil. E o vil banal. A essência perdeu seu lugar para o exterior. Os sentimentos puros deram lugar a palavras semanticamente inapropriadas. Amor deixou de ter seu peso, para ser apenas uma expressão corriqueira. Vivemos o tempo do imediatismo. Em busca tão falada excelência tudo necessita ser melhor e melhor. Hoje para se ter qualidade, precisamos de certificação. Para se ter validade, precisamos de datas de vencimento. E um bom produto só subsiste se tiver muitos conservantes. E o ser humano não existe por si só, precisa de belas embalagens. É o exagero das propostas promíscuas. A escassez das ofertas sinceras, singelas. O não ao amor e o sim a paixão. Não ao perene e sim ao pontual. O caos dos relacionamentos duradouros, o sim aos instantâneos, internéticos. Uma carência predominante, abominável se estende nas redes. Nas casas, em nosso interior. E freneticamente prosseguimos vivendo o hoje tecnológico. Hoje das bioplastias, lipoaspirações, do corpo perfeito. Das almas perdidas. Como tolos caminhamos insolentes...
Teresa Azevedo
Enviado por Teresa Azevedo em 24/12/2009
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